26 de maio de 2012

CONVITE - VI Encontro Nascer Sorrindo 2012

GAPP- Grupo Nascer Sorrindo- Porto Alegre/RS




Encontro VI/2012

Roda de Conversa para Gestantes, Casais grávidos, Mães, Pais e Bebês
Neste encontro contaremos com a participação especial de Giana Frizzo - Professora do Departamento de Psicologia do Desenvolvimento e Personalidade da UFRGS, que abordará as As Alterações do Pós Parto na família. Será no dia 02/06 das 14h30min às 16h, no Instituto NT de Cinema - Rua Marquês do Pombal, 1111 - Moinhos de Vento, Porto Alegre - RS.

Compareça!

Nós apoiamos o Parto Ativo!!



Contatos:

Zezé- doulazeze@yahoo.com.br - Fones: (51) 3013 1344 e 9123 6136

Alessandra - alessandrakrause@bol.com.br - Fone: (51) 9685 2114,

Neusa - zezajones@yahoo.com.br: Fone: (51)9951 1124

Relato de Parto - A Chegada do Enrico


Descobri que estava grávida uma semana antes de me mudar, com meu marido, de Porto Alegre para Brasília.

Chegando em Brasília demorei um pouco para poder começar a curtir a gravidez, pois tinha que acertar toda a nossa nova rotina, descobrir onde ficavam os supermercados, farmácias, padarias, hospitais, médicos, etc.

Procurando coisas na internet e lembrando das histórias contatas pela Alessandra, que fora minha colega de trabalho, cheguei a vários grupos de discussão sobre a humanização do parto e tal. Eu e meu marido líamos tudo e participamos de alguns encontros do Ishtar daqui, até fizemos uma espécie de curso para pais que querem parto humanizado. A ideia do parto domiciliar começava a rondar nossos pensamentos.

Comecei a fazer hidro e yoga para grávidas. Na yoga conheci a Carmen Palet, instrutora de yoga e doula, que com uma fala mansa e macia tem o dom de tranqüilizar e dar segurança na hora H.

Bom, a DPP do Enrico era 09/04/11, mas ele se antecipou e nasceu no dia 06/03/11, domingo de carnaval. Estávamos recebendo uns amigos em casa (os quais seriam convidados para ser padrinhos do Enrico naquela visita) e por isso passamos o dia visitando os palácios de Brasília. Almoçamos num maravilhoso restaurante italiano já por volta das 15h. Chegamos em casa e fui deitar um pouco, mas quando levantei, às 17:35h, senti uma aguaceira escorrendo pelas minhas pernas: era a bolsa que havia rompido...

Queríamos ter o Enrico em casa, mas como pela contagem normal ele estava com 35 semanas ficamos com medo e como não queríamos por nosso filhote em risco, acabamos optando por ir para o hospital. Nossa obstetra não estava em Brasília (era Carnaval e não era para ele nascer nesse período) e as malas não estavam prontas (afinal para quê malas se ele nasceria em casa!! rsrsrs). Falamos com a nossa doula - Carmen Palet - que nos passou o telefone de alguns obstetras para que verificássemos se estavam em Brasília. Ela mesmo estava passando o carnaval em uma cidade a uns 100 km daqui e teve que adiantar seu retorno para acompanhar meu parto.

Enquanto arrumávamos as malas, ligamos para alguns obstetras e acabamos decidindo fazer com a Dra. Geovanna Mendonça de Melo. O trabalho de parto evoluiu muito rápido, e cerca de 40 min depois do rompimento da bolsa comecei a sentir as primeiras contrações. No início até tive dúvidas, pois elas não eram dolorosas e estava preparada para sentir dor... rsrsrrs As contrações rapidamente ficaram mais freqüentes e por volta das 20h estavam bem dolorosas e de 4 em 4 min.

Cheguei ao hospital Sta. Lúcia pouco antes das 21h, praticamente junto com a doula e a obstetra. No carro, sentada, foi bem difícil suportar as contrações, que estavam cada vez menos espaçadas. A obstetra me examinou e verificou que eu já estava com 9 cm de dilatação e que o parto ocorreria logo. Às 22:35h, 5 horas depois do rompimento da bolsa, o Enrico nasceu, lindo e cheio de saúde, com 3,045 kg e 50 cm.

Achei a estrutura do hospital excelente e a médica também. Pude escolher a posição que queria ficar na hora do expulsivo, diminuímos o ar condicionado e as luzes, colocamos uma músiquinha calminha (e lá pelas tantas até tirei àquela camisolinha horrorosa e fiquei nua) e depois de algumas contrações na banqueta de cócoras, preferi ter ele de cócoras na maca com a ajuda daquela barra, pois forçava um pouco menos as pernas e eu conseguia ajudar a expulsão com os braços. Felizmente não foi preciso qualquer intervenção, como analgesia e episio e o parto correu super bem. Tive uma pequena laceração no períneo e levei alguns pontinhos (se não me engano 6), mas nada demais. Meu marido pôde cortar o cordão.

A presença da doula foi fundamental em todo o processo, inclusive no auxílio ao meu marido.

Graças a Deus ele não era um bebê pequeno e estava respirando super bem, por isso não precisou nenhum procedimento diferente.

A única coisa que não gostei foi que a médica manipulou um pouco demais a saída da placenta, o que foi bem desconfortável e doloroso. Acho que por isso acabou ficando sobra de placenta no útero o que me levou a fazer uma curetagem algumas semanas depois. Esse foi o único ponto que mudaria no meu parto.

Dois dias depois do parto tivemos alta, mas o Enrico teve icterícia e precisamos voltar para o hospital por mais uns dias para que ele tomasse banho de luz, mas agora está tudo bem e ele está lindo e branquinho.

Bom, continuo desejando um parto domiciliar, espero que meu próximo filho possa nascer em casa sem riscos!!

Grande abraço!
Kisie (mãe do Enrico, 1 ano e 1 mês)


25 de maio de 2012

Bebês-objeto: mais uma razão para humanizar o parto

Adriana Tanese Nogueira

Pode-se dizer que o núcleo de toda neurose é viver-se na condição de objeto. A pessoa-objeto é aquela que perdeu sua autonomia e poder decisório. Ser objeto de uma emoção, de uma relação, de uma escolha (alheia ou própria) ou de uma mentalidade tira o sentido da vida.

A condição de objeto nasce por causa de uma relação. A identidade tem sua origem nas relações que moldaram a vida de um indivíduo. Querendo ou não tudo (ou muita coisa) começa na infância.

Ser tratado com objeto significa estar à mercê dos outros, do que eles decidem por nós, pensam que é melhor para nós, nos fazem fazer e nos fazem pensar. A pessoa objeto não tem escolha, que seja tratada como coisa rara e preciosa ou uma lata de lixo: qual é a diferença se lhe é retirada toda sua autonomia?

Quando eu tinha uns dez anos, testemunhei algo que me horrorizou. Uma vizinha, pouco mais velha do que eu, chegou um dia com uma gatinha nas mãos. O bichinho deveria ter um mês e pouco, era branquinho e fofo. Com o passar dos dias, vi a gatinha ficar com uma barriga enorme, mole e pesada. Inquietei-me, percebi que o animal vivia no colo, mamando leite da mamadeira e sendo acarinhado. Uns dias depois, a menina chegou sem gatinha: ela tinha morrido. O excesso de comida e de “carinho” a havia matado. O pobre animal não tinha escolha. Fosse adulto, teria arranhado sua dona e se libertado de seu colo sufocante. Mas sendo bebê, ele era impotente e indefeso.

Respeitar os tempos e ritmos da outra pessoa faz parte de uma relação sujeito-sujeito. O outro não existe para satisfazer nossas necessidades, ele tem seu próprio universo ao qual atender. Cada ser humano é um mundo vivo, amá-lo quer dizer levar em consideração sua individualidade que é única, diferente da nossa, muitas vezes incompreensível, difícil de decodificar… enfim: o outro deve continuar sendo o outro, se o queremos manter em vida. O outro que perde sua alteridade, que é completamente dominado por nós, morre como indivíduo.

Desde quando uma pessoa deve ser considerada sujeito? Desde o ventro materno.

Forçar um bebê a sair do útero é tratá-lo como um boneco, sem necessidades, tempos e ritmos próprios. É privá-lo de sua autonomia antes mesmo dele poder respirar sozinho, ou seja se apaga sua chance de entrar dignamente neste mundo, como um vencedor, um superador de obstáculos, alguém que deu o primeiro passo e alcançou sua meta.

O mecanismo que dispara o trabalho de parto (curiosamente) ainda não é conhecido. Afinal, quem busca essas respostas são pesquisas médicas cuja visão de mãe e bebê é estritamente física. Ambos são corpos, combinações complexas de células que reagem a determinados agentes químicos. Não é da obstetrícia (pelo menos não desta que está sendo conduzida) levar em consideração outros fatores, como a psicologia da mãe e do bebê intrautero. Não é da medicina, por exemplo, dizer que uma mãe assustada não conseguirá parir, mas todo profissional competente-e-sensível sabe que é exatamente isso que acontece.

Agora, o que dizer do bebê dentro do útero? Por ele ser pequeno é menos do que um adulto? Tem menos sensibilidade, menos humanidade, menos tudo? Porque o coitado não pode xingar quem o sacode (já viram como é uma cesárea?) e arranca do seguro e aconchegante útero de sua mãe quer dizer que para ele está tudo bem? Não esperar pelo sinal do bebê, atropelá-lo com os interesses do sistema, a agenda do médico e da própria mãe é simples falta de respeito e consideração.

Afinal, ele é tratado como coisa. Preciosa e maravilhosa quanto se quer, mas sempre um objeto sem vontades, necessidades e tempos próprios. Algo que deve ser cuidado, não alguém com quem aprender a interagir. Coisas dão menos trabalho que pessoas.


Fonte: http://www.ongamigasdoparto.com/2011/05/bebes-objeto-mais-uma-razao-para.html

24 de maio de 2012

Lançamento do livro "Entre as orelhas - Histórias de Parto", de Ricardo Jones

Entre as orelhas
Ontem, no Instituto NT de Cinema e Cultura, ocorreu o lançamento do livro "Entre as orelhas - Histórias de parto", de Ricardo Jones. É a segunda obra do ginecologista e obstetra engajado na luta de proporcionar às mulheres e suas famílias a experiência de um parto digno, amoroso e não intervencionista.

Apresentação da
Escola Waldorf Querência
Antes da sessão de autógrafos, houve a apresentação de crianças da Escola Waldorf Querência, bem como foram prestadas informações sobre as duas outras creches de pedagogia Waldorf existentes em Porto Alegre e também foram apresentados os grupos de apoio da cidade.






Fabiana Panassol, Amanda Martins,
Neusa Jones, Doula Zezé e  Shana Gomes

Ricardo Jones
Em seu belo discurso, Ricardo falou da importância de proporcionar uma boa experiência de parto às mulheres, bem como às suas famílias. Abordou também a importância que o acompanhamento de um nascimento tem para o pai e para a relação entre o casal. Por fim, citou Michel Odent, que bem diz que "para mudar o mundo, é preciso mudar a forma de nascer".









Neusa Jones


Alessandra Krause, Camila Lima e Josiane Pinheiro

Ric Jones e Ana Luísa

Ana Luísa, Fabi Abreu e Josiane Pinheiro

Ric e Alessandra Krause

Camila Lima, Vagner Garcez e Anahi

Ric e Rafael d'Aquino

Ric e Larissa Pozzebon

15 de maio de 2012

Lançamento do Livro "Entre as Orelhas - Histórias de Parto" em Porto Alegre



Neste livro o médico e escritor gaúcho Ricardo Herbert Jones aborda as questões centrais da revolução paradigmática na atenção ao nascimento que começa a se delinear na aurora do século XXI. Através das conversas de 3 colegas de residência, que se encontram depois de muitos anos afastados, ele discorre sobre os principais temas da humanização do nascimento: o protagonismo restituido à mulher no parto, a visão integrativa e interdisciplinar do nascimento e a vinculação dos postulados da humanização com a corrente renovadora da medicina do final do século XX, conhecida como "Medicina Baseada em Evidências". Com linguagem clara, não técnica, acessível e recheada de humor, o livro nos leva a pensar nos problemas graves que estamos enfrentando (excesso de intervenções, objetualização de pacientes, epidemia de cesarianas, protocolos fechados de atenção ao parto, etc.) ao mesmo tempo em que aponta caminhos para o que ele chama de "o melhor de dois mundos": um atendimento obstétrico centrado na pessoa, que oferece suporte afetivo, emocional, psicológico e espiritual para as gestantes, além da garantia de acesso às tecnologias médicas para aqueles casos em que existe um desvio da normalidade. Em suas próprias palavras, a "obstetrícia na perspectiva do sujeito". Uma leitura indispensável para os que desejam conhecer os dilemas do parto e nascimento nas sociedades ocidentais.


Lançamento em Porto Alegre, dia 23/05/12, as 18h, no Instituto NT de Cinema - R. Marquês do Pombal, 1111 - Bairro Moinhos de Vento - Porto Alegre.


Sessão de autógrafos e palestra com o autor, Ricardo Jones. 
Estarão à venda no local, Entre as Orelhas e a 3ª edição do Memórias de um Homem de Vidro.





Compareça!

13 de maio de 2012

12 de maio de 2012

Mãenifesto! - Grupo Cria

MANIFESTAMOS PELA TOMADA DE CONSCIÊNCIA FAMILIAR. Pela valorização do papel da mãe no seio da família e pelo fim das hipócritas tentativas de minimizar a diferença que a presença dela faz. Pelo reconhecimento da vital importância da maternidade para a humanidade, e por ações sociais e políticas que valorizem e estimulem a atuação da mãe.



Mãenifesto
Manifestamos pelo direito de amamentar a cria, sem ser pressionada por profissionais da saúde mal formados ou parentes bem intencionados, a substituir por mamadeira, o alimento que só o seu peito pode dar.

MANIFESTAMOS PELO ATIVISMO ANÔNIMO E INCANSÁVEL DAS MÃES. Que pensam globalmente e agem localmente, casa a casa, família a família. E que administram seus lares, como se ali começasse a mudança que desejam para o planeta.

Mãenifesto pelas TPMs e menstruação!

Parto Gabriela, Nascimento Miguel - Gabriela Homebirth, Miguel's Birth -...

11 de maio de 2012

Existe um "padrão" de Parto Humanizado?

Quando o assunto Parto Humanizado é mencionado, quais são as primeiras representações que lhe vêm em mente? Você já argumentou alguma vez que era coisa de gente corajosa (ou maluca, hipponga, natureba) parir em casa e sem anestesia? Ou então que são “super mulheres” que não sentem dor e colocam a expectativa das outras lá em cima? Pois saiba que a Humanização do Nascimento é muito mais abrangente do que o senso comum imagina!
Recentemente, colocamos em debate em nosso grupo de discussão se estaríamos legitimando algumas práticas em detrimento de outras e se assim existiria - ou estaríamos criando - certos padrões de Parto Humanizado, como esses aí acima. Sentimos a necessidade desse debate porque verificamos que há uma visão limitada sobre o movimento de Humanização do Nascimento, visto que muitas mulheres sentem-se excluídas ou diferenciadas por não desejarem ou não terem conseguido “aquilo tudo” que supostamente seriam esses padrões.

Exemplificamos o caso de uma mulher super empoderada e informada, que após avaliar custos e benefícios, opta por uma determinada intervenção que lhe traga conforto e satisfação e questionamos se este parto seria “menos” ou “meio” humanizado. Ou então, se em um parto houvesse a necessidade do uso de alguma intervenção, poderíamos dizer que alguma coisa “deu errado”?

Todas as respostas apontaram que humanizar o parto não é estabelecer padrões para que as mulheres sigam. Se assim fizéssemos, estaríamos cometendo o mesmo erro que criticamos: a criação de padrões que não possuem a capacidade de atender às subjetividades da dupla mãe-bebê. Humanizar está muito mais baseado em apoiar mulheres (e famílias) em busca de informações de qualidade sobre o parto, baseadas em
evidências científicas e não em mitos/ meias verdades/ terrorismo, para que estas possam fazer suas próprias escolhas de forma consciente, respeitando-as como protagonistas do seu próprio parto e donas do seu corpo. E intervir somente quando necessário ou solicitado.

(Nesse leque de escolhas não debatemos a cesariana eletiva, pelo fato de ela não ser uma via de parto, mas uma cirurgia que, como tal, não admite protagonismo da mulher. Cesarianas foram feitas para salvar vidas em casos em que o risco de um parto normal compromete a sua segurança.)

Para ilustrar melhor, seguem trechos das respostas obtidas no debate:


“Olha, eu acho que a humanização envolve necessariamente o protagonismo da mulher. Eu poderia claramente questionar se meu parto foi humanizado, porque não tive a opção de escolha do local (estava no hospital e não pude ter alta), no entanto, tive liberdade durante todo o trabalho de parto e parto. Escolhi local, posição, intervenções. (...) Eu, particularmente, acho que um parto pode ser humanizado com intervenções, desde que essas sejam solicitadas pela mulher e debatidas, ou que tenham sido extremamente necessárias. (...) Mas, enfim: pra mim, parto humanizado não tem padrão. Não tem que "ser em casa, com doula, de 4, marido aparando, sem anestesia, sem intervenção, sem nada". Tem que ser "do jeito que a mulher quiser".” - Lúcia, mãe do Rafael de 6 meses

"Eu acho que o movimento de humanização do nascimento tem como objetivo devolver protagonismo à mulher. (...) o importante é que haja uma escolha consciente, informada e responsável da mulher (ou da família mãe-pai). Definir o que é certo não é dar protagonismo, é mudar o dono da razão. Assim, acho que sempre que as escolhas informadas forem da mulher, dentro da realidade e das possibilidades dela, estamos falando em parto humanizado (e eu também falo aqui em parto e não em cesárea marcada). (...)Eu só não aceito meias-palavras, meia-informação, direcionamento, indução a alguma ideia baseada em mitos e terrorismo, aí não há humanização ou respeito." - Alessandra, mãe do João de 7 anos.


“(...) Entendo que humanizado se refere a RESPEITO. RESPEITO pela mãe, por sua história, seus desejos, sua vontade. Isso em primeiríssimo lugar. Respeito a seus tempos, seus processos, suas necessidades, seus medos. RESPEITO pelo bebê, de ser recebido sem violência, com amor, calma, por sua família, também respeitando seus tempos. Respeito é amor... Além dessa premissa básica e fundamental, que para mim define o "humanizado", acho que também entra o DIREITO DE ESSA FAMÍLIA TER TODA A INFORMAÇÃO NECESSÁRIA sobre as opções que tem e as possíveis consequências de cada opção, informações baseadas em evidências e não em dogmas nem achismos. E, assim, que a família (primeiramente a mãe, mas óbvio que há uma estrutura familiar que deveria ser igualmente informada) possa fazer SUAS melhores escolhas, de acordo com suas crenças, histórias, e tudo mais. (...) É o que entendo por parto humanizado, embora pessoalmente seja partidária do "mais natural possível"! Porque no fim das contas, o que queremos é uma família unida e que receba esse bebê com amor, e não mais traumas acumulados e ressentimentos que acabam ficando no bebê." - Laura, mãe da Vitória e do Lucas

E você? O que pensa sobre assunto? Deixe seu comentário!

10 de maio de 2012

Ativistas da Parto do Princípio reúnem-se com Promotora do Ministério Público Federal.

Da esquerda para a direita: Maria José Goulart, Cláudia Rodrigues, Promotora Federal Ana Paula Medeiros, Lúcia d'Aquino e Rafael d'Aquino

Na tarde de hoje (10), em Porto Alegre, integrantes do Nascer Sorrindo reuniram-se com Promotora do Ministério Público Federal responsável pela área da saúde, Ana Paula Medeiros, a fim de encaminhar as solicitações e demandas em busca do respeito à mulher e ao bebê no atendimento pré-natal e do parto.

Na reunião, foram tratados os seguintes assuntos: atendimento pré-natal adequado, falhas no protocolo de atendimento à parturiente e ao recém-nascido, realização rotineira de procedimentos desnecessários e prejudiciais (episiotomia, tricotomia, enema, Kristeller, posição de litotomia, aplicação de colírio de nitrato de prata e vitamina K nos bebês), extensão da licença maternidade e paternidade, alto índice de cesarianas nas redes pública e particular, violência física e psicológica por parte dos profissionais da saúde, lei do acompanhante, cesáreas por conveniência médica e disposição da mulher sobre a placenta.

Fotos: Tomas Edson Silveira
A Promotora foi muito receptiva às demandas. Quanto às questões pontuais, solicitou que encaminhássemos uma representação para que pudesse instaurar inquérito para investigação e tomada de providências.

No que diz respeito ao restante das demandas, nos comprometemos a manter contato, enviando informações baseadas em pesquisas científicas e evidências médicas, a fim de que o MPF, junto ao MPE e ao Ministério da Saúde tomem providências junto aos órgãos responsáveis.

Com essa reunião, abrimos um importante canal de comunicação junto ao Ministério Público Federal objetivando o efetivo encaminhamento das questões necessárias ao melhor atendimento das gestantes e bebês.

Participaram da reunião Maria José Goulart (doula Zezé), Cláudia Rodrigues (jornalista e escritora), Lúcia d'Aquino (advogada), Tomas Edson Silveira (jornalista) e o pequeno Rafael, de 6 meses.




9 de maio de 2012

"Entre as Orelhas - Histórias de Parto"

Neste livro o médico e escritor gaúcho Ricardo Herbert Jones aborda as questões centrais da revolução paradigmática na atenção ao nascimento que começa a se delinear na aurora do século XXI. Através das conversas de 3 colegas de residência, que se encontram depois de muitos anos afastados, ele discorre sobre os principais temas da humanização do nascimento: o protagonismo restituido à mulher no parto, a visão integrativa e interdisciplinar do nascimento e a vinculação dos postulados da humanização com a corrente renovadora da medicina do final do século XX, conhecida como "Medicina Baseada em Evidências". Com linguagem clara, não técnica, acessível e recheada de humor, o livro nos leva a pensar nos problemas graves que estamos enfrentando (excesso de intervenções, objetualização de pacientes, epidemia de cesarianas, protocolos fechados de atenção ao parto, etc.) ao mesmo tempo em que aponta caminhos para o que ele chama de "o melhor de dois mundos": um atendimento obstétrico centrado na pessoa, que oferece suporte afetivo, emocional, psicológico e espiritual para as gestantes, além da garantia de acesso às tecnologias médicas para aqueles casos em que existe um desvio da normalidade. Em suas próprias palavras, a "obstetrícia na perspectiva do sujeito". Uma leitura indispensável para os que desejam conhecer os dilemas do parto e nascimento nas sociedades ocidentais. 

Lançamento em Porto Alegre, em breve! Aguarde!