29 de agosto de 2011

Cesárea: 9 razões para desmarcar


Se você já agendou o parto cirúrgico, leia essa reportagem e pense de novo. Pode ser que você mude de ideia

Por Paula Montefusco, neta de Florinda, Mario, Maria e Ângelo

No Brasil, quando alguém pergunta para uma grávida quando nasce o bebê, muito provavelmente vai ouvir mês, dia e hora. O Brasil está entre os recordistas mundiais em cesárea. Em 2006, registramos uma taxa de 80,7% de partos cesarianos na rede particular. O SUS, responsável por 80% dos partos realizados em território nacional, teve 30% de cesarianas, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de, no máximo, 15%. Ao todo, 40% dos partos realizados no Brasil são cirúrgicos, por uma série de motivos que já discutimos aqui: a baixa remuneração dada pelos convênios, comodidade dos médicos e, sim, preferência de muitas das mães, que querem ter controle sobre a data de nascimento do filho e pensam também evitar a dor. Entre as consequências está o aumento de bebês prematuros, com todos os problemas decorrentes, entre eles necessidade de internação na UTI. Um estudo da Unifesp revelou que, no Brasil em média 60% dos nascimentos acontecem por volta da 37ª ou 38ª semana de gestação. Convencida?

Se ainda está na dúvida, reunimos nove motivos para você desmarcar a cesárea e considerar o parto normal, mesmo que seja o induzido, quando são usados medicamentos que simulam os hormônios liberados no trabalho de parto. Ele pode ser melhor do que a cesárea porque mãe e filho passam pelo trabalho de parto, juntos. No caso de gestações de alto risco, como as de mulheres que têm pré-eclampsia ou diabetes gestacional é possível fazer o parto normal sem problemas, contanto que as doenças estejam sob controle. Caso seu problema com o parto normal seja medo da dor, lembre-se de que, na cesárea ela também existe, não durante, mas depois: a recuperação é mais longa e dolorosa.

Para ativista do parto humanizado britânica Janet Balaskas, autora do livro Parto Ativo, o parto normal não precisa ser uma experiência dolorosa. Segundo Janet, a mulher deve tomar as rédeas de seu próprio parto. Para isso, ela trabalha com exercícios e posições baseados na yoga, em que a grávida mentaliza a criança e como o processo está sendo realizado pelo seu ponto de vista. É uma tentativa de se colocar no lugar do outro para percorrer o trajeto do trabalho de parto em vez de apenas sofrer com as contrações. Mas, para quem não está tão centrada assim, sempre dá para pedir ajuda ao anestesista. E se você não mudar de ideia, tudo bem, a gente faz coro com a obstetra Luciana Taliberti que resume tudo: “O melhor parto é o que seja bom para mãe e bebê, o importante é que ele nasça com saúde e que o parto tenha um resultado feliz."

1 - Você não precisa dela
“Em 90% das vezes a mulher não precisa de cesárea, ela pode parir sem ela. Então para que marcar a cirurgia?”, questiona a obstetra Andrea Campos. Segundo a médica, os principais motivos para considerar fazer uma cesárea acontecem durante o trabalho de parto e não podem ser previstos com antecedência, como a dificuldade de o bebê descer pelo canal de parto. Outras indicações comumente usadas para justificar a cesárea geralmente podem ser contornadas, como circular de cordão (quando o cordão fica enrolado em torno do pescoço do bebê), que acontece em 30% dos casos. A ausência de dilatação, justificativa usada em grande parte das situações pode ser explicada pela falta de contrações regulares. Se a mulher está sem dilatação, provavelmente ainda não entrou em trabalho de parto, pois, para haver dilatação, é necessário haver contrações. Caso a mulher não entre em trabalho de parto, ainda é possível induzir as contrações com uso de hormônios injetados na veia ou com ruptura da bolsa, que pode estimular o início das contrações nas primeiras 24 horas.

2 - O bebê tem de estar pronto para sair
É muito comum acontecer um erro de cálculo e o bebê nascer com a idade gestacional abaixo do esperado. O médico pode achar que está tirando uma criança com 39 semanas e ela ainda tem 37 ou 38, por exemplo. Por mais que os ultrassons atuais sejam bastante precisos, isso ainda pode acontecer. O problema é que, se você fizer a cesárea antes que o bebê esteja pronto, os pulmões dele podem não estar prontos. Como os pulmões são os últimos órgãos a se formar, pode acontecer de eles não estarem maduros o suficiente para uma vida extrauterina. Aí podem acontecer casos de desconforto pulmonar: o bebê tem dificuldade de respirar e pode precisar da ajuda de aparelhos ou, ainda ter de passar um tempo na UTI. Segundo Laura Gutman, autora do livro A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra, o conceito de data provável de parto não pode ser levado ao pé da letra porque se trata de uma estimativa: “Realizar uma cesárea antes do início do trabalho de parto é uma prática perigosa, na maioria dos casos irá nascer um bebê prematuro."

3 - Se o bebê não passa pelo canal vaginal da mãe ele deixa de receber bactérias importantes para a formação de seu sistema imunológico
Quando ele passa pelo canal sua pele é colonizada pelas bactérias da mãe. Esse contato é importante para a defesa do organismo porque, logo que vier ao mundo, já vai ter de lidar com bactérias estranhas ao seu organismo, como as do próprio hospital. Mas cuidado, esse contato pode também expor a criança a doenças transmissíveis pelo contato com a genitália da mãe como a hepatite B e C, HPV, herpes genital e HIV.  Se a mãe fez o pré-natal direitinho, as chances de que o bebê contraia doenças desse tipo é muito menor. Uma das teorias é que o contato com as bactérias maternas seria um fator protetor contra alergias. Um estudo finlandês publicado no Journal of Allergy and Clinical Imunology mostrou que pessoas que nasceram de cesárea são três vezes mais suscetíveis a manifestar asma.
Outra pesquisa, feita na Alemanha e publicada no Pediatric Allergy and Immunology, descobriu que bebês que nascem por cesariana têm mais chances de desenvolver alergias alimentares até os dois anos de idade. Já um estudo feito em 2008, e que acompanhou crianças desde o nascimento até os 9 anos verificou que crianças nascidas por cesárea com pais que tinham alergia ou asma tinham duas vezes mais chances de desenvolver alergia e rinite alérgica. Uma pesquisa da USP levantou que, em crianças que nascem de cesárea, as chances de desenvolver um quadro de obesidade ao longo da vida aumenta em 58%.
O estudo acompanhou 2.057 pessoas do dia do nascimento aos 25 anos e descobriu que 15,2% dos bebês nascidos por cesariana estavam com o Índice de Massa Corpórea acima de 30 – o que indica obesidade. Entre aqueles que nasceram de parto normal, apenas 10% eram obesos. Outra doença mais comum entre pessoas que nascem de cesárea é a diabetes tipo 1. É isso o que diz um estudo da Queen’s University, no Canadá. Segundo a pesquisa, bebês nascidos por cesariana têm 20% mais chances de desenvolverem diabetes tipo 1.

Outro risco é de desenvolver doença celíaca, caracterizada pelo “autoataque” do organismo ao intestino delgado quando são ingeridos alimentos que contém glúten como trigo, centeio, cevada, aveia e malte. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Medicina de Hannover, na Alemanha, a probabilidade de ter a doença celíaca é 80% mais alta em crianças que nascem por cesárea.

4 - Quem tem que decidir a hora de sair é o bebê
“Quando o bebê está pronto, ele dá o ‘start’ para o trabalho de parto”, defende a obstetra Andrea Campos. Durante o trabalho de parto, o bebê sofre influência de uma cascata hormonal, com as contrações ele recebe a massagem intrauterina e é avisado de que vai nascer e pode se preparar até que finalmente nasça. “E, para passar pela bacia, o bebê ajeita sua cabeça, descendo de uma maneira ativa pelo canal de parto. Na cesárea isso não acontece, o bebê nasce de maneira passiva porque é retirado do útero”, completa.

5 - Se ele não recebe a massagem nos pulmões ao sair, o risco de desconforto respiratório aumenta
No parto normal, a passagem pelo canal vaginal comprime o tórax do bebê e estimula a saída do líquido amniótico para que o ar possa entrar. Se isso não acontece, o bebê fica com dificuldade para respirar e tem de receber oxigênio artificialmente ou ser entubado. Os casos de desconforto respiratório correspondem a 60% das internações na UTI Neonatal. “Aproximadamente 12% dos bebês que nascem de cesariana eletiva (a cesárea marcada) vão para a UTI. No caso dos bebês que nascem de parto normal, o número cai para 3%”, conta Renato Kalil, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), fetos de 37 a 38 semanas de gestação possuem 120 vezes mais chances de apresentarem desconforto respiratório desta ordem em comparação aos fetos com mais de 39 semanas.

6 - No pós-parto a recuperação é mais lenta e dolorosa
O tempo de internação do parto normal é de 48 horas após o nascimento, para a cesárea este número sobe para 72 horas. E, enquanto depois do parto normal já dá para retomar as atividades de rotina no dia seguinte, na cesárea o tempo para realizar tarefas simples como dirigir podem levar até dez dias. O corte da cesárea atinge sete camadas de pele, tecido e músculo até chegar ao bebê. São eles: pele, gordura, fáscia muscular, músculo, peritônio parietal, peritônio visceral e útero. Depois de retirar a criança, cada camada é costurada separadamente. Ao todo são cerca de 75 pontos. O abdômen fica distendido e a mulher sente dor por duas ou três semanas.

7 - A cesárea oferece maior risco de complicações maternas
Sendo uma cirurgia de médio porte, a cesárea oferece todos os riscos de uma cirurgia, seja durante a operação em si, durante o período de analgesia ou no pós-operatório. Como em todas as cirurgias, existe o risco de sangramentos, complicações e infecções. Na cesárea a mulher perde cerca de um litro de sangue, o dobro do parto normal. Dados divulgados pela ANS atestam que a mortalidade materna é 2,8 vezes maior nas cesarianas eletivas sem emergência do que no parto vaginal.

8 - A cesárea aumenta os riscos de complicações na próxima gravidez
Se a mulher já fez uma cesárea há o risco de que ela tenha placenta prévia, que é a fixação da placenta em um lugar indevido da parede uterina causando maior risco de hemorragia (por vezes ela se aloja no colo do útero e a mãe precisa ficar em repouso absoluto) e prematuridade. Entram para a lista de riscos a placenta acreta, que é quando a placenta se fixa à parede do útero intensamente, provocando hemorragia ao sair. A mãe pode precisar de transfusões sanguíneas e ter ruptura uterina ou até precisar retirar o útero, impossibilitando-a de ter mais filhos.
Insistir na cesárea é algo comum, não é à toa que a gente ouve falar: "uma vez cesárea, sempre cesárea". Mas é possível, sim, fazer um parto vaginal depois de uma (duas, três...) cesárea(s). Apesar disso, nos Estados Unidos, a incidência de cesáreas recorrentes é de 92%. Em média, 66% das mulheres que fazem cesárea por lá poderiam ter tido o segundo filho por VBAC, sigla para Vaginal Birth After Caesarean (parto vaginal depois de cesárea), mas a maioria escolhe a cesariana novamente.

9 - O leite demora mais para descer
A ocitocina, um dos hormônios que provocam as contrações também é responsável pela descida do leite, razão pela qual a taxa de sucesso na amamentação é maior nas mulheres que tiveram parto normal. Depois do parto normal já é possível colocar o bebê sobre o corpo da mãe, sugando o peito. Na cesárea isso não é possível porque o abdômen da mãe está aberto e tem que ser fechado depois da saída do bebê.

A Organização Mundial da Saúde aconselha que o bebê mame já na primeira hora de vida e isso acontece com maior freqüência com crianças que nascem de parto normal. Segundo estudo da Fiocruz isso acontece com 22,4% dos bebês que nasceram por parto normal contra 5,8% dos bebês que nasceram por parto cesariano. Ainda de acordo com o estudo, a primeira mamada pós-parto demora em média quatro horas para mães que fizeram parto normal e dez horas para aquelas mães que tiveram seus bebês por cesárea. Sem contar que, caso o bebê nasça prematuro por erro de cálculo na data ideal de nascimento, pode ainda não conseguir sugar o seio e precisar receber alimentação artificialmente. Claro que muitas mulheres que fizeram cesárea amamentam sem problema, mas que é um fator desfavorável a mais, isso é.

Quando a cesárea pode ser uma boa opção (ou não)
Aqui a cesárea não é obrigatória, mas talvez seja uma boa opção. Converse com seu médico e veja o que ele tem a dizer caso você se encaixe em uma destas situações:

Gravidez gemelar
O trabalho de parto pode se estender e a oxigenação dos bebês pode ficar comprometida

Bebê pélvico ou transverso
Existem manobras para colocar a criança na posição certa para nascer. Quando elas não dão certo, não tem jeito, tem que ser cesárea

Criança com circular de cordão
Dependendo do lugar em que elas estão e da quantidade, a cesárea pode ser o mais recomendado

Bebê prematuro
Quando o bebê é muito novo pode ser considerado muito sensível para passar pelo canal vaginal

Quando a cesárea é necessária?
Às vezes optar pela cesariana é uma questão de vida ou morte, mãe ou bebê podem estar em perigo e é preciso fazer o parto rápido. Fique de olho para estas condições:

Desproporção cefalo-pélvica
A cabeça da criança é muito grande em comparação à bacia da mãe. Mas isso só pode ser constata do uma vez que a mulher está com dilatação total. Então, mesmo se você faz o tipo mignon não se preocupe antes da hora.

Sofrimento fetal
E isso não quer dizer, necessariamente, mecônio no líquido amniótico (as primeiras fezes do bebê, que tingem o líquido de verde). O médico vai analisar os sinais vitais da criança e a progressão do trabalho de parto para ver se o parto normal é viável ou não.

Eclâmpsia
Quadro de hipertensão característico à gravidez, nela, a mãe apresenta convulsões, inchaço e pressão alta. Para evitar que o quadro se agrave e a mãe morra, a solução é fazer o parto assim que a criança puder sobreviver fora do útero.

Placenta prévia total
Quadro em que a placenta é fixada na saída do canal vaginal, impedindo a passagem da criança.

Para saber mais 

Como vai ser meu Parto, Doutor?, de Jorge Hodick
O livro é curto, mas explica como vai ser o parto e pós-parto, bem rapidinho, só com o que interessa. Ed. Mercuryo (www.mercuryo.com.br), R$ 28

Parto Ativo, de Janet Balaskas
Tem dicas de exercícios que fazem com que o parto transcorra com o mínimo de intervenções. Ed. Ground (www.ground.com.br), R$ 45

A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra, de Laura Gutman
A autora convida a mãe a descobrir o lado menos cor-de-rosa da maternidade e a influência que a criação de um filho teve sobre sua maneira de ser. Ed. Best Seller (www.record.com.br), R$ 39,90

Consultoria: Ana Cristina Duarte, mãe de Julia e Henrique, obstetriz, www.maternidadeativa.com.br Andrea Campos, filha Maria Ester e Homero, ginecologista obstetra e médica antroposófica, www.casamoara.com.br, tel.: (11) 5096-2318 Carlos Eduardo (Cacá) Correa, filho Sylma e Victor, pediatra neonatologista, tel.: (11) 3672-6561 Carlos Eduardo Czeresnia, pai de Debora, Liora, Diana, Jonathan, Ricardo, obstetra, www.celulamater.com.br, tel.: (11) 3067-6700 Catia Chuba, mãe de Gustavo e Beatriz, ginecologista obstetra antroposófica, mestre pela USP, www.clinicatobias.com.br, tel.: (11) 5687-3799 Laura Gutman, mãe de Micaël, Maïara e Gaia, psicoterapeuta familiar e escritora, www.lauragutman.com.ar Luciana Taliberti, mãe de Eduardo, ginecologista obstetra do Hospital São Luiz, tel.: (11) 3044-0020 Mariana Nudelman, filha de Victor e Cristina, pediatra, tel.: (11) 3256-1818 Renato Kalil, pai de Beatriz, Carolina e Isadora, ginecologista obstetra dos Hospitais Albert Eistein, Sírio Libanês e São Luiz, e especialista em reprodução humana, www.renatokalil.com.br


Fonte: http://revistapaisefilhos.com.br/revista/edicoes/julho-2011/cesarea-9-razoes-para-desmarcar/

26 de agosto de 2011

Semana Mundial de Amamentação - 01 a 07 de Agosto de 2011


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A Semana Mundial de Amamentação foi criada em 1992 pela WABA (World Alliance for Breastfeeding Action/ Aliança de Ação Mundial pró-amamentação) com a intenção de promover as metas da ‘Declaração de Innocenti’, documento que protege a amamentação. 120 países comemoram oficialmente a semana, celebrada oficialmente de 1 a 7 de agosto. Anualmente é escolhido um tema para a semana. Em 2011 o tema é ‘Amamentação, uma experiência em 3D’. Este tema enfatiza a importância da dimensão comunicação na proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno. Vivemos num momento em que a comunicação vence as barreiras do tempo e da distância, as trocas são ágeis e cada vez mais fáceis. Nessa perspectiva chama a atenção os novos rumos para a proteção, promoção e apoio ao aleitamento: a internet como um canal para o empoderamento da mulher. Hoje a internet é um importante veículo para buscar respostas às diversas dúvidas sobre amamentação e apoio no desejo de amamentar. E as fontes são inúmeras: listas de discussão, comunidades virtuais, redes sociais.

Como o Leite Materno é produzido?

http://www.oglobo.com.br/servicos/pop_infografico.asp?p=/saude/vivermelhor/info/amamentacao/amamentacao.swf&l=620&a=500

16 de maio de 2011

Exposição de Fotografias - SMRN - Semana Mundial de Respeito ao Nascimento


CONVITE

Exposição de Fotografias:

A Parto do Princípio e o Grupo Nascer Sorrindo, convidam você para nossa exposição fotografica em comemoração a Semana Mundial do Respeito ao Nascimento- SMRN/2011

"O Parto é Nosso!"


As fotos estarão expostas no Café Manjolo, altos do Centro Cultural Érico Veríssimo, na rua dos Andradas, 1223 - de terça à sexta das 10hrs às 19hrs e sábado das 11h às 18hrs de 17 a 24 de maio de 2011.


Venha e encante-se com as novas formas de gestar, parir e nascer!

Mais informações: www.partodoprincipio.com.br  

Licença Maternidade de 6 meses


 Benefícios da Amamentação Exclusiva por 6 meses

Benefícios da Amamentação Exclusiva por 6 meses
A Parto do Princípio está mobilizando uma campanha nacional para aumentar a licença maternidade de 120 para 180 dias. Convidamos homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, a cobrar seus deputados federais para que estes aprovem o Projeto de Emenda Constitucional nº 515/2010, que tem como objetivo alterar, na Constituição Federal, a duração da licença maternidade.
Somos favoráveis que a licença maternidade seja de seis meses (180 dias) porque esse período é, de fato fundamental para que toda família adapte-se à chegada do bebê. Além disso, nesses primeiros seis meses de vida, como inúmeros estudos já comprovaram, a alimentação do bebê deve ser exclusivamente o leite materno – o que deixa evidente a dependência do bebê em relação à sua mãe durante esse período.
A legislação brasileira garante licença maternidade de quatro meses para todas as mães trabalhadoras, mesmo que seus bebem sejam adotivos. Esse período, de fato, é fundamental para a família, mas não é suficiente para garantir o desenvolvimento emocional, físico e imunológico do bebê, bem como para o estabelecimento da amamentação exclusiva, o bem-estar materno e paterno e um retorno saudável e eficiente para o trabalho.
O aleitamento materno tem papel crucial nesse começo de vida. Sua função não se restringe à alimentação do bebê, mas se estende ao estabelecimento do vínculo com a mãe e à formação do sistema imunológico do bebê. Quando a mãe amamenta, produz inúmeros benefícios, como proteger a criança de doenças (infecções, doenças atópicas e diabetes mellitus), garante seu desenvolvimento físico e motor (desenvolvimento da musculatura oral interna e externa, desenvolvimento ortodôntico, reflexos de sucção e de deglutição, desenvolvimento respiratório, dentre outros), seu desenvolvimento emocional (formação de vínculo, autonomia), promove melhor desenvolvimento neurológico (desenvolvimento cognitivo) e ainda a mãe se beneficia com o retorno de seu organismo que se modificou durante a gravidez (peso, tamanho uterino, alterações hormonais), protege-se temporariamente de uma nova gravidez, protege-se de possíveis doenças futuras (câncer de mama e de ovário, fraturas no quadril e osteoporose) e ainda, a amamanetação facilita o estabelecimento do vínculo com seu bebê, que promove maior segurança na sua nova função de maternar.
Bebês alimentados artificialmente têm maior risco de contrair:
Infecções gastrointestinais, infecções respiratórias, enterocolite necrosante, infecções de ouvido, alergias (eczema, asma e dificuldade respiratória), diabetes.
Hoje, sabe-se que todos esses benefícios são ainda maiores quando a amamentação exclusiva estende-se até o sexto-mês de vida da criança. E é por esse motivo que está tramitando um Projeto de Emenda Constitucional (PEC 515/2010) que pretende tornar obrigatória a licença maternidade de 6 meses para todas as trabalhadoras.
Lembre-se: a amamentação exclusiva pelos 6 primeiros meses evita a morte do bebê! Crianças menores de 6 meses que não mamam no peito têm 84% mais chances de quadros de diarréia em comparação com aquelas que são alimentadas exclusivamente com leite materno.
Além disso, o que é nítido em termos de políticas públicas, é que o aleitamento materno exclusivo, ao proteger mãe e bebê física e emocionalmente, diminui os custos do governo com remédios, tratamentos, leitos hospitalares e remuneração de profissionais de saúde para tratar doenças que acometem mais freqüentemente os bebês que não foram amamentados e as mães que não puderam amamentar. Diminui também os gastos do governo com fórmulas artificiais, sobretudo as fórmulas artificiais específicas (anti-alergênicas e probióticas), uma vez que o leite materno é o alimento ideal para o bebê.
O aumento da duração da licença maternidade de 4 para 6 meses contribui também para o meio ambiente, devido à redução da fabricação e uso de materiais danosos ao meio ambiente, como produção de materiais plásticos (mamadeira que advém de recursos do petróleo), assim como o uso de combustível e água usados na preparação de fórmulas artificiais.
A amamentação pode é considerada uma das estratégias de maior e melhor custo-benefício. Com o aleitamento materno todo mundo sai ganhando: famílias, governo e patrões economizam. Criança que mama no peito fica doente menos vezes e, como conseqüência os pais gastam menos, sentem-se mais seguros, faltam menos ao trabalho e solicitam menos vezes os serviços de saúde.
A amamentação precisa ser protegida e apoiada! Nossos filhos têm direito à saúde e o Estado tem o dever de dar condições para que isso possa ocorrer.
E essa deve ser uma luta de todos nós! Cuidar de nossos filhos é investir no futuro!

13 de maio de 2011

Relato do Mamaço!


Mamaço Poderoso
13/05/2011 por maesdapatria





Um dos grandes milagres da mulher é a capacidade de transformar seu sangue em leite. Quem amamenta desenvolve essa alquimia e adquire o poder mágico de proteger a família e de transformar o mundo. Eu Bia Fioretti ouvi a mesma frase de duas parteiras, Tidu uma parteira tradicional brasileira que nunca saiu da sua vila e Ina May Gaskin uma parteira americana lider do movimento hippie. Essa foi uma das inspirações pra eu criar o Movimento de Resgate da Essência do Feminino, Mães da Pátria.

Marina Barão (29 anos) uma mulher mignon, de aparência frágil, antropóloga de formação, pariu 2 filhos, Antonio (2 anos) em uma casa de partos e há 3 meses pariu Francisco, na sua casa, em um parto domiciliar.


Tudo começou quando a Marina não pode alimentar seu bebe publicamente ela foi impedida por uma funcionária, responsável pela segurança do espaço artístico do Itaú Cultural, que levou ao pé da letra uma norma que proíbe a consumação de alimentos no espaço da galeria. Marina indignada, combinou com alguma amigas de retornarem à exposição e amamentarem seus bebes, todas ao mesmo tempo.



Esse fato deve ocorrer a todo momento na nossa sociedade machista que vê os seios sempre com erotismo mas esse fato se tornou uma revolução na atitude dessa mãe empoderada e inconformada em não poder execer o direito de amamentar seu filho. Como parir e amamentar pode ser tão poderoso! Será que se esse bebe tivesse nascido por cesárea programada a mãe teria sido tão determinada? (fica a pergunta). O caso tá na mídia, (aqui vearios links), fotografado e documentado por muitos os veículos de comunicação de massa.



12 de maio, 14:30, mais de 50 mães com seus bebes se reuniram no loby do Itaú Cultural, em São Paulo, pra um Mamaço coletivo, a mídia apareceu em peso, no início do evento mais reporters e fotógrafos do que mães, todos ávidos buscando cada detalhe, em vários closes, dos felizardos bebes sugando o néctar divino.


Por mais sedutor que possa parecer um bebe mamando a maioria dos fotógrafos prestavam mais atenção aos bebes do que nas suas dedicadas mães.



Amamentar vai além de um par de peitos, amamentação vem do esforço, da dedicação, da perseverança, do respeito de uma mãe. Exercer a maternidade é um outro parto, muitas vezes sem orientação adequada a mãe sofre muito e precisa de muita superação e força de vontade pra continuar a amamentar. O bebe nasce sabendo mas a mãe acaba tendo muitas barreiras ao longo da vida nessa questão que se tornam difíceis. Quantas vezes ouvimos de uma amiga que ela não teve leite, será que ela não foi orientada adequadamente, não encontraram ONGs como as Amigas do Peito. Noah, 3 meses (da foto acima) nasceu prematuro e o seu peso e tempo recuperado foi por causa da dedicação e carinho da sua mãe Paula. Quando a mãe amamenta, ela se empodera tanto que pode superar e curar qualquer trauma que tenha havido no parto. Por isso a amamentação vai além da nutrição física ela é curativa.



Uma grande importância desse ato público também esta na força do Cyber ativismos, como as redes sociais podem ser mobilizadoras!


A história tomou corpo no Facebook, Ana Cris, parteira de São Paulo, soube do ocorrido e levantou a bandeira, movimentou a sua rede e a reação em cadeia tomou corpo, foi o assunto da semana. Além disso a jornalista Kalu Brum, 31, teve sua foto amamentando “censurada” também Facebook. O movimento de algumas como mães como De Filhote pra Filhote passou a ser de todos.


O Itaú Cultural se desculpou, entrou em contato com algumas mulherese se retratou.


Quando soube que haveria uma manifestação na porta do Centro Cultural convidou a todos para ocupar as instalações do espaço e promoveu uma série de perforamances.


O fio de um novelo laçou todas as mães numa teia de poesia e homenagens pela Fafi.



A festa ainda não tinha acabado, os reporters alimentados de imágens poéticas (ouvi de um deles “que pauta legal!”) foram embora e todas as mães com seus filhotes se acomodaram no anfiteatro.


A Kiara Terra deu um show de histórias, num momento muito intimista, com um texto voltado pras rotinas e conflitos de mães e mulheres, risos e reflexões.


Depois do teatro um lanchinho básico, afinal passar o dia amamentando dá uma fome de leão. Mamães e bebes bem nutridos e acomodados desfilavam seus Slings, brinquei que era o “Fashion Sling”



No final da tarde encontrei o Eduardo Saron, o nosso anfitrião, diretor do Itaú Cultural, sentado na entrada do espaço cultural ainda muito emocionado com a energia do evento, ele também é pai de um bebe de 8 meses e se envolveu pessoalmente em reparar o acontecido,ele nos confidenciou que o incidente gerou uma série de mudanças de atitudes em vários níveis dentro da empresa com uma política de repensar valores e políticas de humanização. Maravilha! O Itaú cultural irá oferecer o seu espaço como amigo da amamentação a todas as mulheres que precisaram de um lugar seguro, tranquilo e respeitoso nas imediações da Av Paulista.



Martin encantou a mãe, Maria Luiza ao bater palmas enquanto mamava.

Parabéns a Marina pela iniciativa, ao Eduardo que fez do limão uma limonada, a Ana Cris, as blogueiras, ativistas e todas mães super poderosas que brindaram o evento com leite materno.

Oxalá outras instituições se inspirem pra fazer o mesmo! Viva o leite materno!



Leia no Blog, Mães da Pátria!

http://maesdapatria.wordpress.com/2011/05/13/mamaco-podereso/

Cartilha para a mãe trabalhadora que amamenta

7 de maio de 2011

Feliz dia das Mães!


 Mágico, emocionante o florescer da vida e do amor, na força da mulher, que se torna Mãe.Bençãos a TODAS as mulheres que se permitiram vivenciar plenamente a experiência de parir, abrindo seus corpos para darem passagem aos seus filhos...


5 de maio de 2011

Do blog - Mamíferas



Nascer em casa

por Kathy

Ai, gente, não resisto a recomendar esse lindo vídeo para vocês. Como já disse milhares de vezes antes, nada como assistir a beleza de um parto tranquilo para ajudar a entender como esse processo incrível é mais simples do que nosso imaginário coloca. Ver um parto acontecendo é capaz de explicar melhor do que qualquer texto.
Entender que complicamos e medicalizamos demais algo que na maioria das vezes é simples e natural, pode nos ajudar a encontrar dentro de nós a força que faltava. Pode inspirar, pode tocar de uma forma que um texto talvez não consiga.
Pare, portanto, por alguns minutos para assistir a essa linda história. Mostre ao seu companheiro, inspirem-se juntos a viver um momento importante como a chegada de um bebê de forma tranquila e acolhedora. Assim como o pequeno Crosby.
Que as sementinhas encontrem seus lugares férteis e possam florescer. Bom domingo, bom feriado!
categorias: Kathyparto

Licença Maternidade de 6 meses


O Parto da Mariana

2 de maio de 2011

Nascer Sorrindo e Cláudia Rodrigues

 GAPP- Grupo Nascer Sorrindo- Porto Alegre/RS
Encontro V/2011

  Roda de Conversa para Gestantes, casais grávidos, mães, pais e bebês

Venha comemorar conosco o dia das Mães,  a Semana Mundial do Respeito ao Nascimento-SMRN e o quarto aniversário do Nascer Sorrindo, no dia 14/05 das 10h30min às 12h, na Rua Oswaldo Aranha,1070/401, Bom Fim.

Para celebrar este momento, teremos uma convidada especial a jornalista e terapeuta reichianaCláudia Rodrigues , que abordará o tema, Necessidades Físicas e Emocionais das crianças de 0 a 2 anos.

Não deixe de visitar nossa Exposição de Fotografias, pela passagem da SMRN que acontece de  16 a 22/05 no Café Manjolo, no CCCEV – Centro Cultural CEEE  Erico Verissimo, na Rua dos Andradas, 1223 – Porto Alegre/RS

*Sorteio entre as convidadas de um molde em barriga de gesso.
*Convidamos a todos para almoçarmos juntos, em algum dos restaurantes próximos, para confraternizarmos.(vou tentar fazer uma reserva)

Nós apoiamos o Parto Ativo!!

Contatos: Zezé-http://br.mc1201.mail.yahoo.com/mc/compose?to=6136doulazeze@yahoo.com.br - 3013 1344 e 9123 6136 Alessandra - alessandrakrause@bol.com.br- 9685 2114, Neusa - zezajones@yahoo.com.br,9951 1124



29 de março de 2011

Carta de Apoio ao Curso de Obstetrícia da EACH-USP




Blogagem Coletiva - Carta de Apoio ao Curso de Obstetrícia da EACH-USP

A semana que passou foi intensa contra a redução do n° de vagas para o único curso de graduação que temos em Obstetrícia, pela Universidade de São Paulo-USP, campus Zona Leste, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades-EACH.
Contamos c/ um abaixo-assinado que circulou pelas redes afora e duas manifestações - na Reitoria da USP e no MASP, ambas na capital paulista. Mulheres c/ seus filhos/as, nascidos/as pelas mãos de obstetrizes, profissionais, estudantes, alunos/as recém formadas em Obstetrícia clamaram NÃO a esta decisão anti-democrática, c/ vozes e peitos de fora!
Movimentação linda de se ver!
Pela internet muito se falou sobre o assunto, e, nós do Blog Parto no Brasil noticiamos diariamente as novidades e imagens desses atos, c/ orgulho e felicidade (e indignação, claro!).
Abaixo publicamos uma Carta Aberta em apoio ao curso de Obstetrícia, redigida e compartilhada na web e redes sociais, c/ assinaturas de outros veículos de comunicação virtuais, entidades e apoiadores da causa, pelo direito de partejar e nascer c/ respeito!
Publiquem em seus sites/blogs!!!
CARTA DE APOIO AO CURSO DE OBSTETRÍCIA DA EACH-USP
Nós, mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), mães, profissionais das mais variadas áreas e entidades afins declaramos nosso apoio ao Curso de Obstetrícia da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH-USP, que terá seu número de vagas reduzido e corre o risco, inclusive, de ser fechado, visto que o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) não reconhece a categoria e a USP por pressão e intimidação se posicionou em seu Relatório Estudos das Potencialidades, Revisão e Remanejamento de Vagas nos Cursos de Graduação da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da USP considerando reduzir mais de 300 vagas, de diversos cursos.
Com indignação clamamos e lutamos contra esta ação, visto que o curso é o único no País a formar obstetrizes centradas nos cuidados integrais relacionados à saúde da mulher, especialmente em um momento único como o parto e nascimento de um filho, que é visto pelos atuantes deste ofício como algo fisiológico, próprio do corpo feminino, tendo a mulher como protagonista.
Uma formação desta magnitude é uma inovação, dado que o Brasil apresenta elevadas taxas de cesarianas eletivas, alcançado patamares como o 2º. País com os mais altos índices, seja no sistema público de saúde (cerca de 45%), ou no privado (cerca de 90%), mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um percentual de 15%, assim uma profissão centrada nas especificidades que uma gestante necessita é um ganho para a sociedade e para as futuras gerações, além do mais que já é uma vitória ter o Curso de Obstetrícia reaberto após 30 anos de sua exclusão, ocasionando cenários de violência institucional no atendimento ao parto e nascimento em várias regiões brasileiras, tratando os corpos femininos como templos do saber médico.
Pela continuidade do Curso de Obstetrícia da EACH-USP, pelo reconhecimento de nossas obstetrizes e pela arte de partejar!
Abaixo-assinamos,
Nome das entidades/grupos/coletivos/sites/blogs:
- Blog A Bolsa da Doula - Patrícia Merlin
Blog Buena Leche – Cláudia Rodrigues
Blog Parir é Natural - Carla Andreucci Polido
Blog Parto no Brasil – Ana Carolina A. Franzon & Bianca Lanu
Blog Mamãe Antenada - Pérola B.
Blog Mães Empreendedoras Vanessa Rosa
Blog MaternAtiva - Denise Cardoso
ciadasmães
Gesta Paraná - Patrícia Merlin
Grupo Curumim - Paula Vianna
Hugo Sabatino
Kika de Pano - Bruna Leite
Mamíferas - Kalu Brum
What Mommy Needs – Carolina Pombo
Yoga para Gestantes - Anne Sobotta

- Nascer Sorrindo GAPP - Zezé - Porto Alegre/RS