29 de março de 2011

Carta de Apoio ao Curso de Obstetrícia da EACH-USP




Blogagem Coletiva - Carta de Apoio ao Curso de Obstetrícia da EACH-USP

A semana que passou foi intensa contra a redução do n° de vagas para o único curso de graduação que temos em Obstetrícia, pela Universidade de São Paulo-USP, campus Zona Leste, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades-EACH.
Contamos c/ um abaixo-assinado que circulou pelas redes afora e duas manifestações - na Reitoria da USP e no MASP, ambas na capital paulista. Mulheres c/ seus filhos/as, nascidos/as pelas mãos de obstetrizes, profissionais, estudantes, alunos/as recém formadas em Obstetrícia clamaram NÃO a esta decisão anti-democrática, c/ vozes e peitos de fora!
Movimentação linda de se ver!
Pela internet muito se falou sobre o assunto, e, nós do Blog Parto no Brasil noticiamos diariamente as novidades e imagens desses atos, c/ orgulho e felicidade (e indignação, claro!).
Abaixo publicamos uma Carta Aberta em apoio ao curso de Obstetrícia, redigida e compartilhada na web e redes sociais, c/ assinaturas de outros veículos de comunicação virtuais, entidades e apoiadores da causa, pelo direito de partejar e nascer c/ respeito!
Publiquem em seus sites/blogs!!!
CARTA DE APOIO AO CURSO DE OBSTETRÍCIA DA EACH-USP
Nós, mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), mães, profissionais das mais variadas áreas e entidades afins declaramos nosso apoio ao Curso de Obstetrícia da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH-USP, que terá seu número de vagas reduzido e corre o risco, inclusive, de ser fechado, visto que o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) não reconhece a categoria e a USP por pressão e intimidação se posicionou em seu Relatório Estudos das Potencialidades, Revisão e Remanejamento de Vagas nos Cursos de Graduação da Escola de Artes e Ciências e Humanidades da USP considerando reduzir mais de 300 vagas, de diversos cursos.
Com indignação clamamos e lutamos contra esta ação, visto que o curso é o único no País a formar obstetrizes centradas nos cuidados integrais relacionados à saúde da mulher, especialmente em um momento único como o parto e nascimento de um filho, que é visto pelos atuantes deste ofício como algo fisiológico, próprio do corpo feminino, tendo a mulher como protagonista.
Uma formação desta magnitude é uma inovação, dado que o Brasil apresenta elevadas taxas de cesarianas eletivas, alcançado patamares como o 2º. País com os mais altos índices, seja no sistema público de saúde (cerca de 45%), ou no privado (cerca de 90%), mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar um percentual de 15%, assim uma profissão centrada nas especificidades que uma gestante necessita é um ganho para a sociedade e para as futuras gerações, além do mais que já é uma vitória ter o Curso de Obstetrícia reaberto após 30 anos de sua exclusão, ocasionando cenários de violência institucional no atendimento ao parto e nascimento em várias regiões brasileiras, tratando os corpos femininos como templos do saber médico.
Pela continuidade do Curso de Obstetrícia da EACH-USP, pelo reconhecimento de nossas obstetrizes e pela arte de partejar!
Abaixo-assinamos,
Nome das entidades/grupos/coletivos/sites/blogs:
- Blog A Bolsa da Doula - Patrícia Merlin
Blog Buena Leche – Cláudia Rodrigues
Blog Parir é Natural - Carla Andreucci Polido
Blog Parto no Brasil – Ana Carolina A. Franzon & Bianca Lanu
Blog Mamãe Antenada - Pérola B.
Blog Mães Empreendedoras Vanessa Rosa
Blog MaternAtiva - Denise Cardoso
ciadasmães
Gesta Paraná - Patrícia Merlin
Grupo Curumim - Paula Vianna
Hugo Sabatino
Kika de Pano - Bruna Leite
Mamíferas - Kalu Brum
What Mommy Needs – Carolina Pombo
Yoga para Gestantes - Anne Sobotta

- Nascer Sorrindo GAPP - Zezé - Porto Alegre/RS

20 de março de 2011

Recomendações da OMS -

Ter uma doula pode ser DETERMINANTE, pra mim, foi...
Obrigada minha Doula Cris Balzano!

 
Recomendações da Organização Mundial da Saúde- OMS
 No atendimento ao parto normal.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu uma classificação das práticas comuns na condução do parto normal, orientando para o que deve e o que não deve ser feito no processo do parto. Esta classificação foi baseada em evidencias científicas concluídas através de pesquisas feitas no mundo todo.

CATEGORIA A
PRÁTICAS DEMONSTRADAMENTE ÚTEIS E QUE DEVEM SER ESTIMULADAS:
  • Plano individual determinando onde e por quem o nascimento será realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação e comunicado a seu marido/companheiro e, se aplicável, a sua família;
  • Avaliação do risco gestacional durante o pré-natal, reavaliado a cada contato com o sistema de saúde e no momento do primeiro contato com o prestador de serviços durante o trabalho de parto, e ao longo deste último;
  • Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante trabalho e parto e ao término do processo de nascimento;
  • Oferta de líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto;
  • Respeito à escolha da mãe sobre o local do parto, após ter recebido informações;
  • Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e confiante;
  • Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto;
  • Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto;
  • Respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto e parto;
  • Fornecimento às mulheres sobre todas as informações e explicações que desejarem;
  • Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagem e técnicas de relaxamento, durante o trabalho de parto;
  • Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente;
  • Uso de materiais descartáveis apenas uma vez e descontaminação adequada de materiais reutilizáveis, durante todo o trabalho de parto e parto;
  • Uso de luvas no exame vaginal, durante o parto do bebê e no manuseio da placenta;
  • Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto;
  • Estímulo a posições não supinas durante o trabalho de parto;
  • Monitoramento cuidadoso do progresso do parto, por exemplo por meio do uso do partograma da OMS;
  • Administração profilática de ocitocina no terceiro estágio do parto em mulheres com risco de hemorragia no pós-parto, ou que correm perigo em conseqüência da perda de até uma pequena quantidade de sangue;
  • Condições estéreis ao cortar o cordão;
  • Prevenção da hipotermia do bebê;
  • Contato cutâneo direto precoce entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora após o parto, segundo as diretrizes da OMS sobre aleitamento materno;
  • Exame rotineiro da placenta e membranas ovulares;
CATEGORIA B
PRÁTICAS CLARAMENTE PREJUDICIAIS/INEFICAZES E QUE DEVEM SER ELIMINADAS:
  • Uso rotineiro de enema;
  • Uso rotineiro de tricotomia;
  • Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto;
  • Cateterização venosa profilática de rotina;
  • Uso rotineiro de posição supina (decúbito dorsal) durante o trabalho de parto;
  • Exame retal;
  • Uso de pelvimetria por Raios-X;
  • Administração de ocitócitos em qualquer momento antes do parto de um modo que não permite controlar seus efeitos;
  • Uso de rotina da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto;
  • Esforço de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o 2º estágio do trabalho de parto;
  • Massagem e distensão do períneo durante o 2º estágio do trabalho de parto;
  • Uso de comprimidos orais de ergometrina no 3º estágio do trabalho de parto, com o objetivo de evitar ou controlar hemorragias;
  • Uso rotineiro de ergometrina parenteral no 3º estágio do trabalho de parto;
  • Lavagem uterina rotineira após o parto;
  • Revisão uterina (exploração manual) rotineira após o parto;
CATEGORIA C
PRÁTICAS EM RELAÇÃO AS QUAIS NÃO EXISTEM EVIDÊNCIAS SUFICIENTES PARA APOIAR UMA RECOMENDAÇÃO CLARA E QUE DEVEM SER UTILIZADAS COM CAUTELA ATÉ QUE MAIS PESQUISAS ESCLAREÇAM A QUESTÃO:

  • Métodos não farmacológicos de alívio de dor durante o trabalho parto, como ervas, imersão em águas e estimulação dos nervos;
  • Amniotomia precoce de rotina no primeiro estágio do trabalho de parto;
  • Pressão do fundo durante o trabalho de parto;
  • Manobras relacionadas à proteção do períneo e ao manejo do pólo cefálico no momento do parto;
  • Manipulação ativa do feto no momento do parto;
  • Uso rotineiro de ocitocina de rotina, tração controlada do cordão, ou sua combinação durante o 3º estágio do trabalho de parto;
  • Clampeamento precoce do cordão umbilical;
  • Estimulação do mamilo para estimular as contratilidades uterina durante o 3º estágio do trabalho de parto.
CATEGORIA D
PRÁTICAS FREQUENTEMENTE USADAS DE MODO INADEQUADO:
  • Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto;
  • Controle da dor por agentes sistêmicos;
  • Controle da dor por analgesia peridural;
  • Monitoramento eletrônico fetal;
  • Uso de máscaras e aventais estéreis durante a assistência ao trabalho de parto;
  • Exames vaginais repetidos ou freqüentes, especialmente por mais de um prestador de serviço;
  • Correção da dinâmica com utilização de ocitocina;
  • Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto;
  • Cateterização da bexiga;
  • Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase completa, antes que a mulher sinta o puxo involuntário;
  • Adesão rígida a uma duração estipulada do 2º estágio do trabalho de parto, como por exemplo uma hora, se as condições da mãe e do feto forem boas e se houver progressão do trabalho de parto;
  • Parto operatório;
  • Uso liberal e rotineiro de episiotomia;
  • Exploração manual do útero após o parto.
Fonte: Ministério da Saúde


18 de março de 2011

Métodos permitem a mulheres que acabaram de dar à luz praticar exercício com seus bebês


Desde personal trainer a técnicas mais específicas, mulheres podem entrar em forma com apoio de outras mamães

Site Canguru Gin, Reprodução  / 
De todas as consequências da maternidade, os quilos que sobram após o parto estão entre as mais odiadas. Mas, na luta pela velha forma, muitas mulheres que acabaram de dar à luz acabam divididas entre cuidar do filho em casa ou do corpo na academia.
Pensando nessas mamães, a oferta de exercício que levam os pequenos a tiracolo virou moda na cidade. Somando o incentivo da medicina, que indica a malhação antes, durante e depois da gravidez, às facilidades de ficar junto aos filhos, as mães deixam o corpo mais bonito entre uma e outra mamada.
É o caso da estudante Natália Luz, 23 anos. Mãe de Rafael, de quatro meses, ela garante que não se sentiria bem malhando sem a presença do primogênito.
— Aqui, posso cuidar do corpo sem descuidar do meu filho — garante.
Ela é aluna da personal gestante Dani Rico, em Brasília.
Ela instrui um método que perpassa todos os momentos da gestação e do pós-parto. A partir das aulas, as mamães aprendem técnicas que vão ajudá-las na hora do nascimento e, de brinde, ainda preparam o corpo para voltar à forma depois que o bebê nasce.
Batizado com o nome da instrutora, o programa tem três etapas: Gestante, Pós-parto e Mamãe Bebê.
— Começamos na gestação, quando a mulher é liberada pelo obstetra para os exercícios, direcionados à preparação do corpo para a hora do parto. Depois de um mês, elas voltam para um treinamento funcional, que vai garantir que o corpo recupere a forma. Quando os bebês fazem três meses, eles também vêm — detalha.
Os filhos também fazem exercícios, mas não físicos. De acordo com Rico, o trabalho com as crianças envolve estímulos ao desenvolvimento psicomotor, além de aulas de natação e música.
— E os bebês ajudam as mães. Muitas, por exemplo, fazem agachamento com seus bebês no colo.
O obstetra Eduardo Cordioli, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), afirma que após 30 dias do parto a mulher já pode voltar aos exercícios físicos.
— Basta que ela tenha autorização médica. Se o parto tiver sido normal, qualquer prática é indicada. Já as que fizeram cesariana devem esperar dois meses e procurar atividades que não forcem o abdome.
O médico explica que a malhação pode trazer vantagens em todas as etapas da gravidez e deve ser encarada como uma necessidade.
Técnica do canguru
A educadora física Andressa Mariz foi buscar nos Estados Unidos esta brincadeira para mães e filhos: ela é instrutora da técnica Canguru Gin, também em Brasília, na qual o carrinho do bebê faz as vezes de bolsa. O método mistura corridas leves e caminhadas, além de exercícios de fortalecimento muscular usando aparelhos de resistência, como os extensores.
— Um dos diferenciais da nossa atividade é justamente esse contato com o bebê que ela proporciona. Sem precisar deixá-lo em casa, a mãe pode se exercitar e ainda garante um momento de lazer para o filho — explica Andressa, lembrando que a prática é indicada a partir da sexta semana do bebê.
Ela conta que perder peso é uma consequência: o foco é a criança e o seu desenvolvimento.
Muita calma nessa hora
O grande segredo é não ter pressa. Cada corpo tem sua forma de recuperação. Espelhar-se, por exemplo, em Cláudia Leitte ou Adriane Galisteu, que perderam peso rapidamente após seus partos, é uma forma de se frustar e, pior, negligenciar os cuidados com o bebê.
— Eu prefiro nem trabalhar com mães que querem emagrecer muito rápido. O retorno tem de ser leve e gradativo para que não haja comprometimento da amamentação— frisa Gizele Monteiro, diretora e idealizadora do programa Mais Vida de exercícios pré-gravidez, gravidez e pós-parto.
CORREIO BRAZILIENSE  -  Brasília - Fonte

Sabemos Parir - Rosa Zaragoza