Descobri que estava grávida uma semana antes de me mudar, com meu marido, de Porto Alegre para Brasília.
Chegando em Brasília demorei um pouco para poder começar a curtir a gravidez, pois tinha que acertar toda a nossa nova rotina, descobrir onde ficavam os supermercados, farmácias, padarias, hospitais, médicos, etc.
Procurando coisas na internet e lembrando das histórias contatas pela Alessandra, que fora minha colega de trabalho, cheguei a vários grupos de discussão sobre a humanização do parto e tal. Eu e meu marido líamos tudo e participamos de alguns encontros do Ishtar daqui, até fizemos uma espécie de curso para pais que querem parto humanizado. A ideia do parto domiciliar começava a rondar nossos pensamentos.
Comecei a fazer hidro e yoga para grávidas. Na yoga conheci a Carmen Palet, instrutora de yoga e doula, que com uma fala mansa e macia tem o dom de tranqüilizar e dar segurança na hora H.
Bom, a DPP do Enrico era 09/04/11, mas ele se antecipou e nasceu no dia 06/03/11, domingo de carnaval. Estávamos recebendo uns amigos em casa (os quais seriam convidados para ser padrinhos do Enrico naquela visita) e por isso passamos o dia visitando os palácios de Brasília. Almoçamos num maravilhoso restaurante italiano já por volta das 15h. Chegamos em casa e fui deitar um pouco, mas quando levantei, às 17:35h, senti uma aguaceira escorrendo pelas minhas pernas: era a bolsa que havia rompido...
Queríamos ter o Enrico em casa, mas como pela contagem normal ele estava com 35 semanas ficamos com medo e como não queríamos por nosso filhote em risco, acabamos optando por ir para o hospital. Nossa obstetra não estava em Brasília (era Carnaval e não era para ele nascer nesse período) e as malas não estavam prontas (afinal para quê malas se ele nasceria em casa!! rsrsrs). Falamos com a nossa doula - Carmen Palet - que nos passou o telefone de alguns obstetras para que verificássemos se estavam em Brasília. Ela mesmo estava passando o carnaval em uma cidade a uns 100 km daqui e teve que adiantar seu retorno para acompanhar meu parto.
Enquanto arrumávamos as malas, ligamos para alguns obstetras e acabamos decidindo fazer com a Dra. Geovanna Mendonça de Melo. O trabalho de parto evoluiu muito rápido, e cerca de 40 min depois do rompimento da bolsa comecei a sentir as primeiras contrações. No início até tive dúvidas, pois elas não eram dolorosas e estava preparada para sentir dor... rsrsrrs As contrações rapidamente ficaram mais freqüentes e por volta das 20h estavam bem dolorosas e de 4 em 4 min.
Cheguei ao hospital Sta. Lúcia pouco antes das 21h, praticamente junto com a doula e a obstetra. No carro, sentada, foi bem difícil suportar as contrações, que estavam cada vez menos espaçadas. A obstetra me examinou e verificou que eu já estava com 9 cm de dilatação e que o parto ocorreria logo. Às 22:35h, 5 horas depois do rompimento da bolsa, o Enrico nasceu, lindo e cheio de saúde, com 3,045 kg e 50 cm.
Achei a estrutura do hospital excelente e a médica também. Pude escolher a posição que queria ficar na hora do expulsivo, diminuímos o ar condicionado e as luzes, colocamos uma músiquinha calminha (e lá pelas tantas até tirei àquela camisolinha horrorosa e fiquei nua) e depois de algumas contrações na banqueta de cócoras, preferi ter ele de cócoras na maca com a ajuda daquela barra, pois forçava um pouco menos as pernas e eu conseguia ajudar a expulsão com os braços. Felizmente não foi preciso qualquer intervenção, como analgesia e episio e o parto correu super bem. Tive uma pequena laceração no períneo e levei alguns pontinhos (se não me engano 6), mas nada demais. Meu marido pôde cortar o cordão.
A presença da doula foi fundamental em todo o processo, inclusive no auxílio ao meu marido.
Graças a Deus ele não era um bebê pequeno e estava respirando super bem, por isso não precisou nenhum procedimento diferente.
A única coisa que não gostei foi que a médica manipulou um pouco demais a saída da placenta, o que foi bem desconfortável e doloroso. Acho que por isso acabou ficando sobra de placenta no útero o que me levou a fazer uma curetagem algumas semanas depois. Esse foi o único ponto que mudaria no meu parto.
Dois dias depois do parto tivemos alta, mas o Enrico teve icterícia e precisamos voltar para o hospital por mais uns dias para que ele tomasse banho de luz, mas agora está tudo bem e ele está lindo e branquinho.
Bom, continuo desejando um parto domiciliar, espero que meu próximo filho possa nascer em casa sem riscos!!
Grande abraço!
Kisie (mãe do Enrico, 1 ano e 1 mês)